sexta-feira, 28 de maio de 2010

Guarda-Chuvas



Sempre, quando criança, pegava-me cantando uma música que havia aprendido, acho que na primeira série com a professora Sandra. Era sensacionalmente linda. Simples nas estrofes e atraentes nos versos. E assim recitava: “era uma casa muito engraçada, não tinha teto não tinha nada...” era uma música que eu amava. Gostava de suas rimas o que facilitava a lembrança contínua de seus versos. O que mais me tocava nessa música era a historinha. Imaginava, mesmo com tão pouca idade, que retratasse a história de uma pessoa solitária que morava sob um guarda chuva. Esquecia do teto, e levava em conta o fato de que não tinha parede, chão, porta, janela, endereço... Depois, já grande, entendi que se tratasse de uma espécie de ironia. O poeta – grande Vinícius - queria retratar a realidade das pessoas que não tinham casa. Talvez um mendigo. Quando em meu Cesto de Flores, pensei a possibilidade de a letra da música retratar a realidade de um povo sofrido expulso de suas terras por grileiros e fazendeiros. Essa gente violentada era, para mim, esses moradores da casa, sem teto, sem parede, sem chão e sem endereço.

O que me perseguia sempre era a idéia do guarda chuva. Tenho paixão por um objeto desses. Acho-os misteriosos. Penso que esse sim é um grande amigo de nós humanos. Talvez até o maior. Como as pessoas, por deveras vezes, também nos trai. Esquece de nossa existência deixando-nos a mercê dos tempos e ventos. Em seu colorido hipnotizante ou em seu preto magistral esconde-se um ar de superioridade. Está acima da cabeça dos seres humanos. Protege seus corpos e seus pensamentos em sol ou chuva. Isso lhes faz especial.

Outro dia, em uma dessas manhãs, a caminho do Unilasalle de Canoas, tive uma idéia meio estranha. Era um instante chuvoso. Como eu andava com meu fiel parceiro, não sofri as intempéries daquela surpresa, presenteada pelas minúsculas gotas de água que caiam sobre aqueles reflexos tímidos de sol. Peguei-o, abri e o pus sobre minha cabeça. Segurei-o firme e pronto, já estava protegido. Ao ver inúmeras pessoas com seus guarda chuvas das mais diversas cores, descendo a passarela da estação que me levava a meu local de estudo, me veio um forte espírito de político. Homens e mulheres de todas as idades andavam com tamanha pressa sem darem conta do perigo que representava as pontas de seus objetos. Então pensei: “se fosse político faria uma lei proibindo a fabricação desses objetos com pontas”. Sem ocupar um desses cargos de maior efeito, dificilmente conseguiria algo do tipo. Ri de mim. Seria um projeto bem maluco. Acredito que as pessoas andariam mais tranqüilas, pois não precisariam se proteger de terríveis pontas. Pensei no sofrimento que causaria a esses parceiros. Com certeza perderiam todo o charme que as pontas lhes presenteavam.

É sempre gostoso lembrar-me desses amigos de todos os momentos. Tenho tido uma saudade especial de outra cena com esses objetos. Trata-se de episódios acontecidos em Ananindeua, no Pará. Todos os dias ao ir à Ocupação Antônio Conselheiro “dar aula”, lembrava logo de meu amigo de sol, que sempre me fazia companhia naquelas viagens. A caminho de meu ofício passavam por mim vários alunos de uma escola vizinha. Riam de mim. Achavam estranho eu andar com meu amigo. Depois de um ano se acostumaram com a idéia. Quando entrava na estrada que dava acesso à sala onde trabalhava, de longe meus alunos viam as pontas de meu companheiro de estrada. Então gritavam por meu nome e vinham correndo me abraçar. Meu companheiro “tamanho família” acolhia-os com todo cuidado. Tratava de dar sombra pra todos sem se incomodar.

Dentre outras lembranças das quais tenho muita saudade, recordo a falta que me fazia um desses companheiros dentro dos coletivos de Belém em dias de chuva (quase todos os dias). Havia coletivos tão velhos que entrava água em muitos deles. Quando não pelas janelas ou pelas portas era por buracos no Teto. Imaginava-me com meu amigo de chuva aberto no interior desses veículos. Com certeza faria um enorme bem para muita gente.

Ainda nesses coletivos abandonados pelo tempo, olhava pelas janelas amarrotadas de poeira. Nas avenidas principais como Presidente Vargas e Pedro Álvares Cabral, via um mundo de cores, que mesmo sufocadas pelos vidros manchados, não perdiam sua beleza. O colorido propiciado por inúmeros guarda chuvas mais parecia um amontoado de vespas brigando. Movimentavam-se de um lado para outro. Iam e vinham por debaixo das mangueiras da primeira Avenida. Ria das possibilidades de cenas com tantos daqueles em minha frente.

Em minha memória de criança escondem-se vários guarda chuvas. Nas brechas de meus pensamentos, vez por outra, me aparece uma belíssima cena acompanhada por um desses. Gosto muito de uma em que, em dias de chuva, eu e minha irmã íamos para casa debaixo de nosso teto ambulante, para nos proteger daquele mar que desabava. Andávamos pelo menos um quilômetro e meio da Escola até nossa casa. Nesse percurso passávamos por aquelas ruas esburacadas onde as enxurradas mostravam seu potencial de voz. Cantavam em tom grave. Um som confuso entre barítono e baixo. Em nossa sorte, por vezes, passavam carros e motos que nos lançavam lama. Dava a impressão que, quando viam pessoas sob a chuva, aceleravam de propósito e então se aproximavam das pessoas e lhes banhavam. Penso que sentiam prazer nesse espetáculo.

E lá íamos nós. Eu estudava na terceira série. Era fininho. Tinha o cabelo preto igual de índio. Na verdade parecia um. Devia ter uns dez anos. Já minha irmã era um pouco mais alta e tinha três anos a mais. Em seu cabelo desarrumado pelo vento se escondiam umas tímidas mechas loiras. Seus olhos verdes se perdiam debaixo de nosso guarda chuva. Era um pouco mais fina que eu. Isso não lhe impedia de me bater em casa, quando a mãe saia. Fazíamos aquele percurso sob nosso fiel protetor. Como esse estava em fase de crescimento, nos abraçávamos para que não ficasse nenhum de nós à mercê da chuva. Era magnífico aquele momento. Ali esquecíamos as constantes brigas de casa. Deixávamos de lado os diversos momentos que ela me batia e eu corria atrás dela com o cabo de vassoura. Não levávamos em conta os fuxicos que fazíamos um contra o outro quando nossos pais chegavam de seus trabalhos. Debaixo daquela proteção nos perdoávamos. Era como se fosse um confessionário, mas sem precisar de palavras, pois tudo acontecia naturalmente.

Tendo como positivas essas memórias, inculcado no delirar de minha imaginação, penso como seria, se todos fizessem a experiência do guarda chuva. Não o objeto por ele mesmo, mas o que ele, enquanto objeto de significação pode inspirar. Seja significando - para os excluídos de nossa sociedade - casa, terra, lar, emprego, escola, lugar de perdão ou simplesmente sombra em meio a uma sociedade (de sóis ardentes) excludente que leva em conta o dinheiro ante a vida humana.

Canoas - RS, 29 de junho de 2005
Autor: José Heber de Souza Aguiar
(A minha irmã, Irenilce de Souza Aguiar)

Crônica publicada na Antologia: Novos Talentos da Crônica Brasileira, CBJE, RJ, 3º volume, Julho de 2006.

Veja o texto no "Crônicas para um Dia de Domingo": http://www.josehebersa.blogspot.com/

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Animação Vocacional em Gramado Xavier-RS

Nos dias 24 a 27 de Maio, a Equipe de Animação Vocacional da Diocese de Santa Cruz do Sul, realizou trabalho de Animação Vocacional nas Comunidades e Escolas de Gramado Xavier-RS, centro e interior. A Equipe contou com cinco membros do SAV e o Pároco da Cidade, Pe.Irineu Sehnem. Divididos em dois grupos, os Religiosos trabalharam com estudantes, líderes comunitários e acólitos, enfocando o valor da vida, o perigo das drogas e a questão vocacional, em suas diversas expressões. Fotos:











domingo, 23 de maio de 2010

Documentário PRO DIA NASCER FELIZ

Documentário sobre o Sistema Educacional Brasileiro, a partir de Escolas de públicos e realidades diferentes, enfocando "as diferentes situações que adolescentes de 14 a 17 anos, ricos e pobres, enfrentam dentro da escola: a precariedade, o preconceito, a violência e a esperança. Foram ouvidos alunos de escolas da periferia de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco e também de dois renomados colégios particulares, um de São Paulo e outro do Rio de Janeiro" (G.S.) Em nove partes:

















terça-feira, 18 de maio de 2010

Sobre a Hidrelétrica de Belo Monte e a Exploração de Vidas









Quando criança, ganhei muitas broncas de meu pai pelo fato de ligar e desligar as lâmpadas de casa por mera diversão. Gostava de ver o acender e o apagar das luzes durante o dia como adorava fitar, encantado, o piscar dos vagalumes, quando faltava energia em minha cidadezinha, à noite! Motivo das broncas? O exorbitante valor da conta de energia! Anos mais tarde, quando adolescente e, depois, jovem, continuei sob as clássicas e duras reprimendas de meu pai, ainda por causa da temida conta! Ora, à noite, ligava as luzes e acorria aos livros, e lá estava eu contribuindo com uns reais a mais no talão de energia! Em razão das insistências de meu pai no uso reduzido daquela lâmpada sobre minha cama, eu tinha dois conflitos constantes: não entendia porque meu pai, ao invés de me incentivar à leitura, me desanimava; naquela altura, mais grave que isso, não compreendia porque com tão poucos eletrodomésticos em casa pagávamos um valor tão alta pelo uso da eletricidade.

Por muitas e muitas vezes me peguei com muita raiva, não de meu pai, porque havia aprendido a me colocar em sua situação, pelos poucos recursos que tínhamos. A raiva mesmo era do exagero na conta de luz. Aí compreendia a necessidade de estudar para poder entender as injustiças e transformá-las em bem. Em minha mente fértil em fantasias, até imaginava que era estratégico o absurdo da conta e fantasiava que o valor da energia das famílias pobres era altíssimo para que os pais cortassem o tempo a mais de estudo dos filhos afim de que eles, pobrezinhos, não estudassem e não pudessem reclamar a exploração. Isso me fazia ficar com mais raiva ainda. Por muitas e muitas vezes deixava de ler porque esses conflitos me tiravam a concentração. Não poucas vezes ficava me imaginando lá no escritório discutindo com o diretor da Celpa (Centrais Elétricas do Pará) por causa da conta: "Seu infeliz! Por causa dessa exploração não posso estudar direito, meus pais tem que trabalhar mais que o normal para manter a conta em dias. Vocês nos roubam!" Era só e tudo o que queria dizer. Na certeza ingênua de que era estratégica a falta de energia me via cada vez mais motivado para estudar e ter como ir colocar “na linha” o diretor da Celpa. Quanto à transformação do cenário, minha mãe nunca incentivava, pois não valia a pena brigar por isso e suportava quieta. Meu pai ensaiava reação, mas não executava.

Cresci na realidade de exploração de um Estado que tem a imensa hidrelétrica de Tucuruí e, ainda assim, cobra caríssimo pelo pouco de energia da qual seu povo faz uso. Em contraposição, empresas mineradoras usufruem da energia a preço baixo ou nulo dessa referida usina que, quando de sua construção, mexeu com as vidas de muitas famílias, mudando suas trajetórias para um futuro infeliz! Nessa realidade, a seguinte afirmação não se trata de senso comum, mas de realidade incontestável: “Ao fim de tudo, quem sempre paga a conta é o povo simples!” Na região onde será construída Belo Monte, não haverá exceção e isso já se observa pela forma como foi induzido (e não conduzido) o processo de aceitação da gigantesca obra! As pessoas que lá vivem já são exploradas há anos. Sendo eu conhecedor desta triste realidade, como me fazer acreditar que o benefício desse empreendimento irá para os pobres, para o progresso dessas pessoas, seu desenvolvimento?

Cabe aqui um breve comentário sobre a situação da precária Transamazônica (trata-se da BR 230, apelidada de “Transamargura” pelos habitantes da região), Rodovia Federal que atravessa o Pará, e que assiste pesarosa ao sofrimento de milhares de pessoas que não podem por ela trafegar com agilidade para salvar a vida de seus entes, para transportar alimentos e abastecer as cidades, enfim, para se integrar à Região Norte e ao Brasil, de acordo com um dos objetivos de sua construção pelos militares que lá despejaram famílias de várias regiões do Brasil, na década de 70, sem nunca prestar-lhes verdadeiro auxílio. Até desconfio que não asfaltaram a “Transamargura” para nos fazer engolir a tal da barragem de Belo Monte, quando, enfim, quisessem construí-la a todo custo. É com muita dor que constato que é isso que está acontecendo: meu povo, toda a vida explorado, está se deixando engabelar pelo projeto da Hidrelétrica, sem questionar os benefícios reais a eles. Até parece que pelo fato de sempre terem sido explorados e nunca terem sido lembrados pelos governos, se satisfazem com as possíveis migalhas que lhe restarão.

Que fique bem claro: não sou contra o progresso. Sou a favor do desenvolvimento! Sou contra o fato de que as pessoas não são beneficiadas de verdade com o desenvolvimento, em razão de projetos mal realizados, que não desenvolvem realidades fazendo-as melhores! Com Belo Monte haverá o “mais do mesmo” de projetos frutos de imposição. Há muita gente que vai morrer, comunidades ribeirinhas e indígenas junto com sua natureza irão desaparecer, histórias não mais serão contadas... Quem está interessado nas histórias das vidas dessa região? Os fins não éticos mais uma vez não justificarão os meios não éticos? Não se trata de um progresso sem ordem esse processo impositivo de construção da barragem? Progresso para quem mesmo? Em menor ou maior grau, há muitas famílias sofrendo com os exorbitantes valores que pagam pelo pouco de eletricidade que usam numa terra que gera muita energia; há famílias perdendo suas terras para conglomerados de plantadores de soja; há famílias que veem os seus morrerem à míngua à margem de uma Rodovia Federal não asfaltada, etc. Há muitas e muitas histórias que não são contadas por quem deseja impor a construção de Belo Monte. É por conhecer e ser parte da história dessa região que não aceito sua construção da maneira como está projetada. A história de vida dos povos do Pará, nas suas mais variadas faces, Belo Monte alguma paga, supre, compensa! Que isso fique claro, sem possibilidade de contestação!

José Heber de Souza Aguiar
(Dedicado a meu tio, Francisco Márcio de Souza)
Estrela-RS, 18 de maio de 2010(Também publicado em: http://josehebersa.blogspot.com/2010/05/sobre-hidreletrica-de-belo-monte-e.html)

Bailarina Africana

Simplesmente Fantástico!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

História de La Salle

O Vídeo trata da História de São João Batista de La Salle, com a participação de alunos lassalistas!

domingo, 16 de maio de 2010

10º Encontrão de Coroinhas da Diocese de Santa Cruz do Sul

Aconteceu, em Lajeado, neste 16 de maio, o 10º Encontrão de Coroinhas da Diocese de Santa Cruz do Sul. Na ocasião, estiveram presentes cerca de setecentas pessoas entre corinhas, assessores e pais. Os Irmãos José Heber e Edson, Lassalista e Marista, representando o Serviço de Animação Vocacional da Diocese, trabalharam o tema Vocação com os presentes, por uma hora. O momento foi regido por dinâmicas e muita música, o que mexeu com os presentes. Fotos:






Semana de La Salle na Faculdade La Salle de Estrela!

No dia 13 de Maio, aconteceu, na Faculdade de Tecnologia La Salle de Estrela, uma atividade comemorativa à Semana De La Salle, organizada pelo Ir.José Heber, Coordenador de Pastoral da Faculdade. Estiveram presentes no encontro alguns professores, estudantes, funcionários, e os Irmãos da Comunidade Religiosa Lassalista de Estrela. Os presentes, especialmente os estudantes, puderam conhecer a história de São João Batista de La Salle - bem como sua contribução à Educação-, a história dos Irmãos no mundo, a presença da Rede no Brasil e, recentemente, em Estrela. O Ir. Diretor da Faculdade, Marcos Corbellini, lembrando a contribuição dos Irmãos à Educação em tantos países, reforçou que, em Estrela, a Instituição está empenhada em contruir sua história colaborando com a formação para a vida de jovens de Estrela e da região. Ao final, Ir.José Heber lembrou que também se realiza trabalho de animação vocacional em Estrela e Região. Algumas fotos do momento:





sábado, 8 de maio de 2010

Semana De La Salle



(Fonte: http://www.lasalle.edu.br/portal/noticia.php?id=2190)

Mais de 50 instituições mantidas pela Rede La Salle no Brasil e outras tantas pelo mundo afora estão promovendo uma semana com intensas atividades em comemoração ao Dia De La Salle. Em 1900, La Salle foi proclamado, pelo Papa Leão XIII, santo herói nas virtudes cristãs. E em 1950, no dia 15 de maio, às vésperas do tricentenário de seu nascimento, o Papa Pio XII o proclamou Padroeiro Universal dos Professores e Educadores Cristãos. E há 59 anos se comemora esta data como Dia De La Salle.

SAIBA MAIS

João Batista de La Salle foi sacerdote e educador francês do século XVII. Nasceu em Reims no dia 30 de abril de 1651 e faleceu em Rouen, em 7 de abril de 1719. Natural de família nobre, estudou na Universidade de Reims e, depois, na Sorbonne, de Paris. Terminado seu doutorado em Teologia e ordenado sacerdote, se envolveu na direção de escolas e na formação de professores. Com estes, criou a Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs, também conhecidos por Irmãos Lassalistas - primeira congregação religiosa masculina constituída exclusivamente de religiosos leigos, isto é, não sacerdotes. La Salle contribuiu para o surgimento da "civilização escolarizada", defendendo a obrigatoriedade do ensino também para a classe popular, possibilitando o acesso a ele pela gratuidade universal e cooperando para a melhoria da escola, sobretudo primária, com a fixação de um currículo mais preciso e rico e sua administração mais eficaz. Concorreu para o avanço da pedagogia, com a adesão ao modo simultâneo de ensino, que ajudou a sistematizar e a difundir, com o incremento do uso da língua vernácula e com iniciativas na linha do ensino secundário moderno e da educação emendativa. Mas seu mérito principal na área educativa reside em sua ação pela promoção do magistério. Cooperou para que a função de professor passasse a ser exercida mais profissionalmente e para que ele tivesse melhor preparo intelectual, técnico e espiritual. Para isso, criou a Escola Normal, assim como ela é modernamente entendida, e escreveu textos orientados como o "Guia das Escolas" e "Meditações" para educadores cristãos.

Oração de La Salle
Ó Deus, que escolhestes São João Batista de La Salle para a educação cristã das crianças e jovens, suscitai na vossa Igreja Educadores que se consagrem inteiramente à formação humana e cristã das crianças e jovens. Amém.

São João Batista De La Salle

Era o ano de 1651. Na França, era a época do reinado do rei Luis XIV. Foi neste período que nasceu, na cidade de Reims, João Batista de La Salle, filho de Luis de La Salle – conselheiro de Luis XIV – e Nicole Moët. Era o mais velho de onze irmãos.

Nascido numa família muito religiosa, La Salle desde cedo sentiu uma forte inclinação para o sacerdócio. Aos dez anos entrou para o colégio dos “Bons Enfants” (Bons Meninos). Foi nesta mesma época que pediu aos seus pais para ser sacerdote, obtendo o seu consentimento. Logo entrou para o seminário de São Sulpício, em Paris.

Quando tinha quinze anos foi nomeado cônego da catedral de Reims, posição muito avançada para um menino de sua idade, mas assumida com responsabilidade. Só para ter uma idéia, do corpo de cônegos de Reims haviam saído quatro papas, 43 cardeais, 28 bispos e um santo. Estaria La Salle destinado a ser mais uma das personalidades a fazer história?

Em 1678, após licenciar-se em Filosofia e em Teologia, La Salle ordenou-se sacerdote, celebrando a sua primeira missa na catedral de Reims.

Após ordenado sacerdote, La Salle passou a ser diretor espiritual de algumas Comunidades Religiosas, além de continuar o seu ofício na Catedral.

Foi num destes dias, quando estava indo atender a uma destas comunidades, as Irmãs do Menino Jesus, que aconteceu o encontro providencial: um cavalheiro, chamado Adrien Nyel estava à sua espera com uma proposta de uma prima de La Salle, chamada Maillefer. Esta senhora tinha o sonho de abrir escolas gratuitas para os pobres. La Salle a princípio relutou, mas acabou aceitando colaborar com Nyel nesta obra por ver nela a mão de Deus.

Em 1679 surgiu a primeira escola lassalista. Foi muito difícil, especialmente em se tratando de encontrar mestres, uma vez que naquele tempo não havia tanta facilidade em se conseguir professores, e ainda os mesmos não eram formados.

Aos poucos a obra foi crescendo e novas escolas gratuitas foram surgindo. Nyel, porém, era um sonhador e não se preocupou muito com o tamanho da expansão da obra. E logo acabou deixando La Salle sozinho para tomar conta de tudo.

Com a preocupação de preparar bem os professores, La Salle tomou a decisão de reuni-los na casa de sua família. Mas, sendo homens rudes, não foram bem aceitos e La Salle acabou alugando uma pequena casa onde poderia morar com eles e ao mesmo tempo iniciá-los na arte de educar. Estava, assim, criada a primeira Escola Normal, e também o núcleo da congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs (Irmãos Lassalistas).

Foram muitas as dificuldades: os mestres não demonstravam vocação, nem perseverança. Além disso, as escolas de La Salle, por serem gratuitas, recebiam franca oposição das outras escolas que eram pagas. Os donos de escolas pagas saqueavam as escolas lassalistas, queimavam material, quebravam tudo... além de processarem La Salle diversas vezes alegando maus tratos para com os alunos.

Uma das ações de La Salle foi doar todos os seus bens aos pobres, além de renunciar ao cargo de Cônego em favor de um sacerdote muito pobre. A partir do momento em que fez isso, os Irmãos e as escolas passaram a viver confiando apenas na providência de Deus. E, felizmente, embora às vezes tenha faltado comida, sempre tiveram alguma coisa com que repartir com quem precisava mais do que eles.

As escolas se multiplicavam. Em pouco tempo, eram várias espalhadas pela França. Isso, ao mesmo tempo em que gerava respeito, aumentava o ódio dos demais donos de escola contra La Salle. O desgaste fez com que ele ficasse muito doente. Sua saúde foi se desgastando e tanto ele como os Irmãos sofreram muito. La Salle chegou a pensar ser ele o culpado por tantos transtornos e afastou-se do Instituto que ele mesmo, com tanto carinho, fundara. Refugiou-se na Parmênia, uma bela região entre as montanhas, e procurou orientação espiritual com uma Irmã com fama de santidade que lá vivia, a Irmã Luisa. Porém os Irmãos não souberam viver sem o seu amado pai, e enviaram uma carta ordenando que voltasse e reassumisse a sua missão como Irmão e como superior. Humildemente, La Salle obedeceu.

Alquebrado pela idade (conta já com 68 anos, um número muito elevado para a expectativa de vida na França de sua época), em 1719, La Salle sente-se muito mal. Na quaresma sente que seus dias chegam ao fim. Já havia deixado no ano anterior de ser superior. Na quarta-feira santa pediu os últimos sacramentos e na sexta-feira da Paixão, 7 de abril de 1719, entregou sua alma ao Criador. O comentário que se ouviu nas ruas foi: “Morreu um santo”.

No ano de 1900, João Batista de La Salle passou a ser oficialmente um santo da Igreja Católica. E no dia 15 de maio de 1950, o papa Pio XII proclamou-o padroeiro universal de todos os educadores. Nada mais natural para quem dedicou a sua vida integralmente à causa da educação.

São João Batista de La Salle foi um grande teólogo da educação. Mas a sua contribuição na pedagogia foi muito grande, especialmente ao iniciar a primeira escola normal, ou seja, a primeira escola de formação de professores. Ele soube unir a teoria à prática. Deixou muitas obras publicadas, mas a mais conhecida são as suas Meditações. Além disso, publicou, entre outras, a Guia das Escolas, a Coleção de pequenos tratados e o Guia de civilidade.

A sua festa, no Brasil, é celebrada dia 15 de maio.

(FONTE DO TEXTO: http://ww2.colegiodiocesano.com.br/a_escola/lasalle/lasalle.htm, 02/01/10)

Campanha Solidária - Jovens Missionários

O Grupo de Jovens "Panela Velha" (Grupo de Jovens Missionários Lassalistas), está promovendo uma campanha solidária em prol da Comunidade Vila Santa Marta, da Cidade de São Leopoldo, onde o grupo atua há dois anos. No vídeo abaixo você pode conhecer um pouco mais da missão desses jovens, bem como pode conhecer a Comunidade a qual a Campanha pretende ajudar.

"Panelha Velha" é um grupo de jovens que dedica seu tempo a organizar e preparar trabalhos missionários em comunidades carentes. O Grupo recebeu em 2009 um prêmio de entidade ligada à ONU, em razão do Protagonismo Juvenil e da Missão do Grupo. EM 2010 o Panelha Velha realiza missões em assentamentos do MSN em Nova Santa Rita.

MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O "PANELA VELHA" no links seguintes:

http://queremosepodemosmudar.blogspot.com/

http://www.lasalle.edu.br/portal/noticia.php?id=1580

http://www.lasalle.edu.br/vocacional/


terça-feira, 4 de maio de 2010

Nossas Escolhas


Recebi em 2000, de meu promotor vocacional, Davi Rangel, um texto denominado "Nossas escolhas", cuja autoria é desconhecida. Eu estava no início de meu acompanhamento vocacional, e o referido texto me animou a fazer minhas escolhas. Eis o texto:


A vida pode ser definida como a “arte de escolher”. A cada instante, somos convidados a optar entre duas ou mais alternativas. A pior delas é nada escolher. O escritor Charles Maurois recorda um provérbio dos berberes, povo primitivo que vivia nas periferias dos desertos do norte da África: “Escolhe e vencerás. E se não há motivos para escolher. Escolhe ou perderás”.

A vida é um complicado desafio, uma corrida de obstáculos, em que a cada momento somos convidados a escolher. Os indecisos perdem a metade da vida, os decididos a duplicam. Na vida das pessoas – de forma consciente ou não -, existem prioridades. Mas uma delas é absoluta. A isso chamamos ideal. À semelhança do sol, o ideal ilumina todo o dia e torna-se referência para nossos atos. Tomar decisões e aceitar pagar o preço é a marca dos vitoriosos.

Cada um de nós é o artífice da própria história. Sorte ou azar são acontecimentos que surgem uma ou outra vez na vida. O próprio acaso, quase sempre, tem alguma relação com o nosso passado. A existência é marcada por uma lógica inflexível: há causas e efeitos. O dia de ontem tem algo a ver com o de hoje, e o dia de hoje prepara o amanhã. As escolhas vão direcionando a nossa vida.

O escritor Og Mandino, no livro “O Maior Milagre do Mundo”, analisa o poder das escolhas: “Dei-te o poder de pensar; dei-te o poder de amar; dei-te o poder de querer; dei-te o poder de criar; dei-te o poder de orar...”. Em seguida ressalta que o segredo de ser feliz reside nas escolhas: “Escolhe amar em vez de odiar; escolhe curar em vez de ferir; escolhe rir em vez de chorar; escolhe dar em vez de roubar; escolhe crescer em vez de apodrecer. Escolhe orar em vez de amaldiçoar; escolhe viver em vez de morrer. Um homem que faz essas escolhas é o maior milagre do mundo: é o autor do milagre”.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Como posso ir em frente?

Vídeo de Animação Vocacional a partir da Música "How Can I Go On". Edicão e imagens: Ir.José Heber, fsc.

Texto do vídeo:

Quem pode me fortalecer em todos os Caminhos? Como posso ir em frente? Senhor, Ouve meu apelo e cuida de mim. Quem vai me mostrar o caminho? Que direção seguir? Senhor, dá-me Tua mão e mostra-me o caminho... Só Tu és fonte de água da vida, Senhor! Quero seguir por Teu Caminho, Senhor! Irmão De La Salle, Um Caminho para você!!


Rede La Salle Lança Campanha para Educação Superior

No mês em que São João Batista de La Salle foi nomeado Padroeiro Universal dos Professores (15/5), a Rede La Salle lança sua nova Campanha Institucional para a Educação Superior. Com o conceito – A REDE DO CONHECIMENTO - o objetivo agora é fixar a marca com posicionamento mais forte nas praças onde atua e apresentar os diferenciais de qualidade das Instituições de Educação Superior (IES) Lassalistas. As peças desenvolvidas pretendem transmitir a ideia de que quem estuda na Educação Superior Lassalista tem toda a qualidade, a tradição e o respaldo de uma instituição de ensino internacionalmente respeitada, que carrega consigo mais de 100 anos de experiência no Brasil. Também reforça tudo aquilo que os colaboradores, alunos e famílias já sabem e vivenciam: fazendo parte de uma grande rede de educação onde a formação humana e o desenvolvimento da sociedade são prioridades.

A Campanha Institucional deve atingir as áreas de atuação da IES mantidas pela Província Lassalista de Porto Alegre nos estados do Rio Grande do Sul, Amazonas e Mato Grosso. A divulgação na mídia prevê comerciais nas principais emissoras de televisão e rádios locais. O período da campanha será de maio a julho de 2010. O material foi produzido pela RBA Publicidade, sob coordenação do Setor de Marketing.

SAIBA MAIS:

A Rede La Salle mantém as unidades Unilasalle Canoas/RS, FACULDADE LA SALLE ESTRELA/RS, Faculdade La Salle Manaus/AM, Faculdade La Salle Rio de Janeiro, Faculdade La Salle Lucas/MT e pretende iniciar em, 2011, com as novas unidades Faculdade La Salle Porto Alegre e Faculdade La Salle Caxias. Também atua com colégios de educação básica e obras assistenciais em todo o Brasil e em 80 diferentes países. (Fonte:http://www.lasalle.edu.br/portal/noticia.php?id=2109)

A FACULDADE LA SALLE ESTRELA em funcionamento desde este ano oferece três cursos de Graduação e dois cursos em nível de Pós-Graduação. Saiba mais em: http://www.unilasalle.edu.br/estrela

Animação Vocacional em Mato Leitão e Venâncio Aires-RS






O Serviço de Animação Vocacional (SAV) da Diocese de Santa Cruz do Sul realizou trabalho de Animação Vocacional nos dias 19 e 20 de abril. Se fizeram presentes nove integrantes entre Irmãs, Padres e Irmãos. Organizados em três grupos, a equipe atendeu o Colégio Poncho Verde, na cidade de Mato Leitão, e outros dois em Venâncio Aires, nas povoações de Centro Linha Brasil e Vila Deodoro: Cristiano Bencke e Sebastião Jubal Junqueira . Nos últimos dois espaços, o Ir.José Heber se fez presente junto à duas religiosas. Já em Mato Leitão, esteve presente junto aos Irmãos Maristas e uma religiosa. Conforme fotos.